terça-feira, 31 de maio de 2011

Obras do acervo

Boa tarde,

A página fixa "Obras do Acervo" recebeu consideráveis atualizações e está praticamente "acabada".
Para organizarmos esta página, um levantamento e conferência de todo o acervo está sendo feito. Trabalho árduo e com ótimos frutos.
Vale a pena dar uma olhada.

Barbara Bublitz.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dos Pés à Cabeça

           "Esta é uma exposição de negações e de anuências. Pode ser que os vinte e três artistas aqui presentes muito felizmente não tenham uma definição fechada sobre o que seja gravura. No todo da mostra, a gravura surge sub-repticiamente, como uma idéia, um conceito, uma busca e um tormento prazeroso, uma palavra a um só tempo forte pela tradição e enfraquecida a cada vez que é discutida, desmantelada, tornada pó para que receba vinte e três vezes o sopro da vida. Gravura é um nome, apenas, que é atravessado por vontades. Gravura é um modo de apontar com o dedo. Gravura é uma linha com a qual amarramos um grande fardo.
           Neste ato de dizer não para uma tradição (que já matamos quando a tomamos assim) e de dizer sim para o novo (de quem desejamos a morte se pensamos que a gravura é algo acabado, definitivo), temos, porém alguns caminhos que podemos chamar paralelos, similares, primos. 
           Há muitos que destroem, apagam, refutam a placa. Há apenas uma cópia de cada gravura. O primitivismo do processo da gravura dá as mãos com o ato da destruição. Num universo tão marcado pela repetição – em inúmeros momentos do século XX criticada – não há aqui o que ser repetido, impresso duas vezes. Ocorre também o fato de uma sucessão de gravuras ser, cada uma, o que a outra foi um dia, num processo de apagamento e de inserção.
           Há os que narram uma história, a sua, a da própria placa, a do processo, a de uma busca intimista, mas que, de qualquer forma, produz uma narrativa. Alguns andamentos produtivos lembram de longe o universo das HQ’s, dos mangás, das fotonovelas, com a diferença de que os demais processos permitem uma repetição, um jogo de espelhos com reflexos quase infinitos. A narrativa existe, mas está mais para a arte glíptica, preciosa, que demanda tempo e pesquisa, projeto e paciência – e que transforma em única cada peça. Quem pratica a arte glíptica, a de esculpir pedras preciosas, a de fazer relevos nelas, quem busca imagens nas pedras, pode encontrar veios, cores, nós, que são surpresas, que são descobertas, mas que fazem parte do processo. Muitos dos trabalhos aqui são como preciosidades, únicos.
           Há os que buscam imagens internas, dos territórios que freqüentam cotidianamente e com o qual nos presenteiam, trazendo-os à tona, mesmo que sejam mais espinhos que flores. Do mais ensolarado para o mais sombrio, da água mais turva para a superfície mais calma, do frio ao tépido. Do sonho contemplado à vigília combatida.
           Há os que buscam o caminho da rua: o poste, o asfalto, a parede pública (que perde o sentido primitivo, passando aqui a significar não pertencer a ninguém). Gosto de imaginar que estes dois caminhos, mais do que ladearem-se, só existem por causa da presença – erroneamente tomada como oposta – do outro. Não opomos público e privado, eles não coexistem, eles existem. As imagens, mesmo as do inconsciente, são físicas (escadas, árvores, uma faixa de pedestres). Há o caminho místico, entre o religioso e o da sabedoria ancestral, xamânico ou sensorial, simbólico, com o sentido de mistério da vida. Há quem busque o tridimensional, a ironia suprema com as definições sobre o que seja gravura.
         Forma e discurso se mesclam nessa seleção, evidentemente; então, encontramos o grande trabalho e o pequeno formato, o que é chamado infanto-juvenil, uma vez que o paganismo de suas imagens não encontrou melhor gaveta para ser guardado, o que foi tirado após observação de um processo de alvenaria, o que se enamora de Piranesi sem querer, o muito e o pouco, o difuso, o escancarado. Este aspecto múltiplo é um dos mais interessantes da seleção de trabalhos: eles estão imersos numa imensa rede de práticas de “gravura”: a impressão do órgão do doente na folha de acetato, a impressão do arqueólogo que, sem poder levar o obelisco consigo, carrega os hieróglifos numa folha de papel, o resultado da placa que o técnico eletrônico faz submergir em ácido para que o negativo antes feito em nanquim sobreviva, a perfuração delicada do tatuador. O território em que estamos é outro, todavia: mais uma vez não importando o nome que se dê, temos o discurso da Arte.
          Os trabalhos ora perfilados investigam, por fim, a ambigüidade do seguinte enunciado: a síntese nos olha com olhos amedrontados?
          Os artistas presentes nessa mostra são ligados por algo que deve ser citado: o espaço do Solar do Barão. Todos, de uma forma ou de outra, construíram uma história com aquele espaço. Nas salas antigas daquele solar estão gravadas passagens de inúmeros artistas. Aqui, temos vinte e três."

Agosto/06
Benedito Costa Neto
Doutor em Literatura

Texto publicado em catálogo da Casa Andrade Muricy. Exposição aberta de 3 de outubro à 30 de novembro de 2006 no Paraná, em Curitiba. 

Material Educativo pronto!

Olá,

A página fixa "Material Educativo" contendo todas as fichas feitas durante os três anos de projeto está pronta.
As fotos utilizadas para que os artistas sejam identificados não são produções da equipe do blog, são retiradas da internet e reservamos os créditos aos devidos produtores.

Barbara Bublitz.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Visual do Blog

A obra sem título de Cássia Gonçalves, feita com ponta-seca em matriz de acetato (plástico duro), foi escolhida para ambientar a vida virtual do nosso Acervo, "infogravada" pela designer Jackeline Rode.

Barbara Bublitz.

Novos avanços!

Boa tarde,
Nestes últimos dias demos continuidade ao trabalho e as páginas fixas "O Projeto", "Material Educativo", "Célia Ceschin" e "Gravura" já estão "prontas para uso". "Obras do acervo" já recebeu alterações consideráveis também e estamos rumo à organização final.
Aproveitem, participem, questionem, auxiliem... Sejam ativos.
Atenciosamente,
Barbara Bublitz, acadêmica responsável pelo blog.
Célia Ceschin, Professora e artista responsável pelo projeto.

Obs.: Estamos organizando o template do blog (plano de fundo ou como preferirem nomear) então não se espantem se vierem visitar o blog e ele estiver loucamente fora do lugar. Faz parte do processo. E nós sabemos que vocês compreendem...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O blog

Olá,
É com muita - e verdadeira - satisfação que viemos apresentar a página em questão.
Este blog é uma conexão ao projeto que mantém e atualiza o Acervo de Gravuras da Univille - Universidade da Região de Joinville, coordenado pela Professora Doutoranda e Chefe do Departamento de Artes Visuais Célia Ceschin, e está em construção. 
Agradecemos a compreensão e, por favor, estejam à vontade para acompanhar o processo,
Estamos abertos à sugestões,
Barbara Bublitz, acadêmica colaboradora e responsável pelo blog.